A CONCEPÇÃO PITAGÓRICO-PLATÔNICA DA NATUREZA ou A CONSTITUIÇÃO ONTOLÓGICA DA NATUREZA

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 Este trabalho começa com a constatação de que uma intuição moderna, propondo um modelo de logos normativo como referência para interpretar o mundo, reproduz fielmente o modelo da dédaca sagrada idealizada por Pitágoras, com o mesmo propósito, vinte e cinco séculos atrás. Isso dá-se sem qualquer vínculo documental entre essas duas concepções, ou seja, ambas são frutos de intuições originárias independentes. Na busca de explicações, examinam-se as potencialidades explicativas do modelo, descrevendo sequencialmente a ontologia do ser, a ontologia do ente e a ontologia da consciência, na expectativa de, assim procedendo, compreender a organização ontológica de mundo potencializada. O percurso cumprido deixa transparecer a consistência interna do modelo, e um exemplo de aplicação, olhando para o passado – a interpretação dos gêneros supremos que Platão nos lega no Sofista –, proporciona uma primeira ideia do seu poder heurístico. Na conclusão, desafia-se o leitor a usar o modelo para interpretar o futuro.

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