FILOSOFIA MAÇÔNICA X FILOSOFIA ACADÊMICA

Resumo. Somente na Metafísica, os estudos de filosofia ministrados nas faculdades públicas e privadas de Filosofia, correspondem, em alguma medida, aos estudos maçônicos de filosofia promovidos pelo Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA). Isso se deve, essencialmente, ao fato de ambos adotarem a mesma visão de mundo, segundo a qual o Universo, tido como ser relativo, possui origem ou fundamento em um ser ou uma instância absoluta e transcendental. Essa correspondência, porém, somente se revela perfeitamente ajustada, na medida em que a Metafísica contemple características que lhe confiram status de ciência, pois, somente nessas condições, a Metafísica torna-se capaz de cumprir, integralmente, o papel de alicerce e base conceitual que as demais ciências regionais demandam para se inserir, de modo coerente e harmônico, no edifício da cultura humana. A civilização moderna, seduzida pelo ter, não propicia, hoje, um ambiente amigável para a Metafísica, pois esta patrocina uma perspectiva centrada no ser. Por consequência, a perspectiva enfrenta dificuldades tanto no meio maçônico como no meio acadêmico. O exame panorâmico do ensino maçônico – que sempre se manteve centrado no ser – e a consideração da evolução da Metafísica – que, historicamente, perde a referência do ser – sugerem um afastamento. No entanto, ideias novas, surgidas no encontro dessas duas perspectivas, indicam que existe solução formal capaz de alçar a Metafísica Clássica à condição de Ciência Metafísica. Caso a Academia recepcione tais ideias, a confluência entre Filosofia Acadêmica e Filosofia Maçônica tende a se acentuar, posto que a Metafísica reconquistaria, frente às demais ciências, o papel paradigmático que, estruturalmente, cabe-lhe como filosofia primeira, da mesma forma que a doutrina maçônica já serve, hoje, de referência existencial e moral para o povo maçônico.

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