Antigas discussões
Em 16 de fevereiro de 2013, 18:35 rubi@aos2.com.br escreveu:
Caro Ricardo
Spinoza foi o cara que retirou a pedra de sustentação do edifício medieval de poder e o fez na linha do que transcreves em tua mensagem. Demonstrou que Deus teria que se corrigir caso milagres fossem algo mais do que a natureza realizando-se naturalmente como previsto em suas leis. Com a desmoralização dos milagres, que eram negociados na sacristia, parte substancial do poder temporal da igreja se esvaiu e não tardou que a delegação divina do príncipe também dançasse. Penso que o trabalho intelectual de Spinoza foi decisivo na derrubada dos pilares de sustentação do modelo medieval e assim possibilitou o advento da modernidade cartesiana. Quanto ao que pensamos sobre o componente crístico do ser humano, veja o que está dito e interdito no artigo “Não localidade quântica e localidade metafísica”, acessível nos Artigos Correlatos do site.
Em 16 de fevereiro de 2013, 18:35 rubi@aos2.com.br escreveu:
Caro Roger
Sua provocação de 01/02/2013 sobre o fim da causalidade provocou o artigo hoje publicado intitulado “Não localidade quântica e localidade metafísica” que pode ser lido em Artigos Correlatos. Grato pela provocação.
Em 15 de fevereiro de 2013, 23:44 dr.ricardomendes@ig.com.br escreveu:
Encanto-me com esse texto, pela simplicidade de um Deus atingível, acessível a todos com certeza mais presente em nós do que suspeitamos. Sem formulas, sem cálculos, na natureza, em sua perfeição de equilíbrio sem a presença do homem predador, sem muitas indagações. Não conhecia o texto enviado por um amigo ao acaso e gostei muito. Não sei se já conheces mas gostaria de sua opinião sobre o mesmo. Um abraço
Deus segundo Baruch Spinoza
Para de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Para de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Para de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho… Não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Para de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor. Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz… Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida,que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada,terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste… Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Para de crer em mim – crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?…
Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar. Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas.
Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro… aí é que estou, batendo em ti.
Em 01 de fevereiro de 2013, 16:02 <rubi@aos2.com.br> escreveu:
Caro Ricardo – Sobre Justiça divina
O Ser Absoluto em Metafísica é um princípio necessário, de quem o Universo brota, também por necessidade estrutural à sua condição absoluta. (Está nos planos desenvolver um artigo sobre o que aconteceu antes do Big Bang, segundo o logos normativo – aguarde) De todas as formas, o logos sugere que emana do Ser Absoluto um Ser relativo dotado de um impulso para a complexidade e que é esse Ser que constrói o mundo obedecendo a princípios que são também estruturais a produção do relativo a partir do absoluto. Encontramos exemplos de tais compromissos estruturais na Matemática, na Geometria e na Lógica. Em certas condições ambientais surge vida e em certas compleições assumidas pela vida, surge uma consciência capaz de operar a inteligência organizativa que o Ser ativo desenvolveu e acumulou durante a construção do Universo. Há boas razões para se desconfiar que todo esse processo objetive permitir que a consciência meramente potencial no Ser Absoluto se manifeste como consciência real e efetiva no Ser que transcendeu para o plano relativo. Nesse caso o Universo teria por finalidade prover o Ser de uma consciência operacional real. E quando estou falando de Ser, estou me referindo a esse cara que no fundo da tua consciência e na base dos teus pensamentos, por vezes caçoa das tuas angústias circunstanciais, e não de outro ser imponderável ou imaginário. Esse Ser é que te provocou quando você era bebê e forneceu o capital inicial com o qual você desenvolveu uma consciência e adestrou teu cérebro a operações cada vez mais complexas e que culminou nisso que constitui hoje a tua personalidade humana. Personalidade que é fruto de uma particular experiência no tempo e no espaço – fruto de primeira navegação – que se angustia com as mazelas circundantes. Lá no fundo, porém, persiste o Ser que tem visada e preocupações cósmicas e que esperneia para que você aprenda cada vez mais, compreenda cada vez mais e assim supere o plano da primeira navegação e se aventure na segunda navegação que é o campo de aprendizado dele, Ser e que a partir de então, fique claro de que não se tratam de dois seres, mas de um só. Nessas circunstâncias, os exemplos que você dá de dedicação e empenho para minorar a dor dos outros, testemunham esforços individuais e lutas pessoais visando superar o estado precário e próprio das personalidades formadas segundo as experiências do espaço-tempo, e reestabelecer uma unidade que eles intuem perdida, conectando-se ao seu Ser constitutivo que, intuem, pode proporcionar melhor patamar de equilíbrio. E os infelizes que sofrem deficiências físicas, hormonais, cerebrais, etc. ou que nunca tiveram oportunidade social de realizar-se sequer como personalidade humana? Para isso ainda não tenho convicção firmada e a única justificativa razoável que conheço é dada pela Doutrina Espírita, que não pertence ao âmbito da Metafísica. O que o logos ensina é que o Ser que surge na fecundação do óvulo de um sapo, por exemplo, é um Ser munido da inteligência organizativa sapal, que vai gerar um sapo feliz em ser sapo. Da mesma forma ocorrendo com o Ser que surge na fecundação do óvulo humano e que estará munido da inteligência organizativa correspondente a espécie humana. Com isso imagino que quando problemas de ordem operacional provocam anomalias constitutivas, o Ser resultante deve sofrer as deficiências, mas quando os problemas são originados por deficiências na inteligência organizativa, possivelmente o Ser resultante tenha uma perspectiva distinta dos seres normais e não deveria ser julgado a partir de uma perspectiva “normal”. Com isso quero dizer que em alguns casos ao menos, a dor que eles provocam em nós pode ser maior que a dor que eles mesmos sentem. O senso comum pensa que a capacidade adaptativa do homem é proverbial e isso pode ter lá suas razões. De todos os modos, nós que estamos ensaiando segunda navegação, sabemos que a única maneira de efetivamente superar esse estado de coisas, é desenvolver domínio sobre a inteligência organizativa que opera no mundo, e faz o mundo ser – em alguns aspectos – de modo que não nos agrada. Precisamos aprender a evitar que o bebê receba uma programação geradora de problemas. Em resumo, Ricardo, penso que não há no Universo alguém a quem possamos apelar, além do Ser que somos nós mesmos.
Em 01 de fevereiro de 2013 08:40, rounielo@hotmail.com escreveu:
Rubi e Jônatas,
1. Vide matéria científica, em anexo. Agora danou-se de vez. Acabar com a causalidade e demonstrar, em laboratório, as mútuas influências que independem do espaço e do tempo é, comparativamente, a mesma coisa que a afirmar que a terra não é o centro do Universo, o que foi um choque para nossos antepassados.
2. O processo de aceitação dessa nova e revolucionária realidade científica será rápido e doloroso e não demorado como no passado, pois essas e outras conclusões, apoiadas por vários experimentos científicos ao redor do mundo, vão demolir, rapidamente e radicalmente, a resistência dos cientistas radicais e tradicionalistas.
3. Os cientistas mais velhos, mais aferrados às velhas teorias, vão negar, até o túmulo, que as realidades, sempre, estão sujeitas ao espaço e ao tempo, enquanto os cientistas mais novos vão desenvolver novas aplicações, práticas, para o dia a dia, que operam à distância, sem interferência do espaço e do tempo, para além da imaginação humana.
Grande abraço.
Fim da causalidade: eventos quânticos independem do espaço e do tempo –
Redação do Site Inovação Tecnológica – 01/02/2013
Causa sem efeito, efeito sem causa
Há cerca de dois meses, físicos demonstraram que causa e efeito não são coisas tão claras no mundo da mecânica quântica.
O trio propôs que existem situações nas quais um evento pode ser tanto a causa quanto o efeito de outro, quebrando a tão conhecida “lei de causa e efeito”
Mas se você acha os experimentos mentais abstratos demais, então vai se dar melhor com um experimento real, uma experiência feita em laboratório que acaba de ser anunciada por físicos da Universidade de Viena, na Áustria.
Xiao-Song Ma e seus colegas mostraram na prática uma situação em que é impossível descrever a causalidade entre dois eventos correlacionados, ou seja, um afeta o outro, mas é impossível dizer o que é a causa e o que é o efeito.
Interpretações da física quântica
A interpretação mais aceita da física quântica, chamada interpretação de Copenhague, estabelece que as propriedades de um objeto quântico dependem dos aparelhos e da forma como esse objeto é medido – ele poderá revelar-se como uma onda ou como uma partícula.
Outro fenômeno bem conhecido é o entrelaçamento quântico, ou emaranhamento, pelo qual uma partícula quântica que compartilhe propriedades com outra é afetada instantaneamente por qualquer coisa que aconteça com a primeira, mesmo que elas sejam levadas para lados opostos da galáxia.
Embora apenas em princípio, em ambos os casos ainda se pode falar em causalidade, no sentido de que uma partícula influencia a outra ou o aparato de medição influencia a partícula.
Agora, os físicos mostraram como a medição de uma partícula – um fóton de luz – é afetada não pela medição feita nela própria, mas pela medição feita em um segundo fóton.
Em outras palavras, o fóton se comporta como partícula ou como onda dependendo da medição feita em um segundo fóton que está tão distante do primeiro que não poderia haver troca de informação entre os dois sem violar o limite de velocidade máxima do Universo, a velocidade da luz.
Independentes do espaço e do tempo
Os cientistas afirmam que o experimento não é suficiente para derrubar nenhum pilar da física, mas que é impossível dar uma explicação clara do que ocorre em termos de causalidade – nem mesmo “em princípio” ou por meio de outros experimentos mentais.
O primeiro fóton estava no laboratório em Viena, enquanto o segundo estava nas Ilhas Canárias, mas a “manifestação” como onda ou como partícula do fóton em Viena depende sempre da medição feita nas Ilhas Canárias.
“Nosso trabalho refuta a visão de que um sistema quântico possa, em um determinado ponto no tempo, aparecer definitivamente como uma onda ou definitivamente como uma partícula. Isso exigiria uma comunicação mais rápida do que a velocidade da luz – o que está em confronto direto com a teoria da relatividade de Einstein,” disse Anton Zeilinger, coordenador dos experimentos.
“Assim, acreditamos que essa visão deve ser abandonada completamente. Em certo sentido, eventos quânticos são independentes do espaço e do tempo,” conclui o pesquisador.
Em 31 de janeiro de 2013 15:55, <rubi@aos2.com.br> escreveu:
Caro Ricardo e caro Ariel
Sobre miséria mental, desvios da “média” conceitual, descrença e precariedade humana.
Quando o homem é marinheiro de primeira navegação (Platão – ver item 2.3 do artigo Metafísica com status científico), isto é, quando seu universo se restringe ao mundo percebido pelos sentidos orgânicos – o contínuo espaço-tempo de Einstein -, o que ele vê são fenômenos ou seres materiais em entrechoques e disputas dialéticas, cada um julgando segundo sua particular experiência de vida, em frenética disputa pela posse de bens também materiais. Quando seu olhar está hipnotizado no devir e na história, usa, obrigatoriamente, a lógica dialética e percebe, no desenrolar da história, um processo aleatório e imprevisível, sobre o qual não tem o mínimo controle e que lhe impõe, também aleatoriamente, seu quinhão de dores e alegrias. Nesse caso percebe sete bilhões de seres humanos disputando sobrevivência, cada um por si, cada cabeça uma sentença e se sente, natural e logicamente, impotente e descrente de que alguma ordem possa emergir desse caos. Nesse mundo o homem se arroga cientista, interfere na natureza como se ela fosse apenas matéria, e como não entende a inteligência organizativa subjacente, empesteia o planeta com produtos químicos, biológicos, frequências e sei lá mais o que, interferindo, sem dar-se conta, em equilíbrios delicados e sutis que a natureza demorou milênios para estabelecer e possibilitar com eles, a complexidade organizativa que instrumentaliza os seres dotados de discernimento e de vida subjetiva. Ainda que a natureza tenha também um quinhão de responsabilidade pela miséria da Casa das Amêndoas e que falhas possam ocorrer na realização biológica da inteligência organizativa natural, responsável pela compleição do cérebro e da mente, a natureza também lhe concede acesso a essa inteligência organizativa conforme demonstrado com o exemplo do Boeing 737 (Ver Notas sobre inteligência organizativa no menu Artigos Correlatos) e possibilita ao homem interferir no processo e evitar as anomalias, caso ele entenda que a vida e o ser humano sejam prioridade e faça os investimentos requeridos. Quando o homem se torna marinheiro de segunda navegação, o mundo muda completamente, e nos damos conta tanto do privilégio que a natureza nos concedeu ao prover-nos dessa compleição física e mental, como nos darmos conta da responsabilidade e das potencialidades correspondentes. A segunda navegação revela um homem de descendência divina, mas também revela um Deus que já falou e não vai se corrigir para apaziguar virtuais angústias humanas. Deu-lhes mentes, discernimento e livre arbítrio, apenas em termos, é verdade, mas lhes concedeu um horizonte virtualmente infinito de evolução, talvez acesso à inteligência organizativa acumulada pelo cosmo e o direito de escolher entre evoluir ou permanecer bárbaros. A segunda navegação nos mostra que temos em nós um Ser imbuído de um impulso inesgotável para a complexidade e capacidade para entender o funcionamento de um universo imenso povoado por milhões de galáxias. O que o homem quer mais? Que um ser superior, talvez um anjo, desça do céu e o conduza pela mão? Mas ai não estaria mais merecendo então, nem o discernimento nem o livre arbítrio.
Procurar entender a vida, procurar compreender o mundo, fazer em fim Filosofia, não é apenas uma ação intelectual que se esgota no preparo intelectual, mas é também a mais pura e genuína terapia, capaz de gerar equilíbrio e serenidade pessoal, ou mais objetivamente: saúde mental. Ricardo nos ensina que o cérebro biológico – harware -precisa ser saudável e a segunda navegação nos alerta que isso não basta, quando temos um coração sensível que se compadece com o destino de parcela de nossos irmãos de espécie. Encetar a segunda navegação é primeiro, necessário, para que alcancemos o equilíbrio e a serenidade pessoal, que somente então, em segunda instância, nos habilita a enfrentar todas as dificuldades e mazelas que o homem criou ao afastar-se da natureza. Ariel intuiu bem ao localizar o problema na separação entre sujeito e objeto. O logos, que a segunda navegação revela, demonstra que o mundo é constituído de ser e de inteligência organizativa, demonstra que nós somos ser e inteligência organizativa, ambos eternos e evolutivos, e que todos os fenômenos do universo estão interconectados no nível quântico. Não há, portanto, salvação no plano da primeira navegação onde impera a separatividade e a fragmentação e nem cabe cobrar de quem ali navega, respeito ao outro e à diversidade. Somente a partir da segunda navegação, em face da unidade e da prevalência do ser é possível investir em inteligência organizativa e descobrir meios de amenizar as agruras das pessoas presas ao mundo dos sentidos orgânicos. A busca de solução, nessa perspectiva, é a tarefa que o grupo das Segundas Filosóficas, do qual vocês dedicadamente participam, propõe e se empenha. Não desconhecendo que existem hoje crianças no mundo morrendo de fome e nem desconhecendo que somos apenas aprendizes, mas por entender que caso canalizemos a nossa energia em questões pontuais a situação geral nunca será superada e novas crianças com fome serão reproduzidas. Precisamos cortar o mal pela raiz e para tanto precisamos antes localizá-la e saber como fazer isso.
Em 29 de janeiro de 2013 22:10, dr.ricardomendes@ig.com.br escreveu:
Caro Mestre Rubi É obvio que matemáticos, físicos e cientistas, estudiosos, mostram aproximação com o criador através da ciência, com capacidade plena de grandes descobertas, vislumbrando o universo e as maravilhas que a ciência vem nos mostrando. Fiquei extasiado com o vídeo de teletransporte, tenho a sensação que esses homens vivem um mundo paralelo, real sim, mas fico imaginando outros homens, por exemplo, biólogos, que se preocupam com a defesa do planeta, enfermeiros que limpam os doentes nos hospitais, médicos que lidam com a dor e a impotência da profissão, que tentam de alguma forma trazer um pouco de esperança aos infelizes, e tantos outros que fazem serviços mesmo simples, mas louváveis, tentando corrigir, limpar, defender… e os homens que perderam sua identidade, a vida, e muitos que nunca tiveram nada. Lembro que quando estava fazendo a minha tese de mestrado na UERJ, lidando com pacientes com HIV, nessa época, a coisa que menos me preocupava era a existência de um DEUS. Como podia vê-lo nos infelizes, culpados ou não de seu destino cruel? Não consigo entender até hoje o critério de justiça, enfim a dos homens sim por sinal muito questionável, mas a justiça do ser supremo entendia como se fosse dito é essa que vocês estão vendo e aceitam quer queiram ou não. Aí surge a ciência médica que nos mostra que se alguém disser que o ser humano é ladrão pois traria esta característica na sua herança … não seria um grande absurdo . Que podes dizer com essa visão notável que vejo no grupo?
Em 27 de janeiro de 2013 14;57, arielfoina@gmail.com escreveu:
Concordo Rubi e queria expandir um pouco mais a perspectiva.
Nossa sociedade e nossa cultura tem dificuldades em lidar com tudo o que desvia de uma “média”, tanto no aspecto do comportamento, quanto em questões do corpo. A solução a essas questões culminam, geralmente, no ostracismo (como parece ocorrer com essas crianças) executado por diferentes meios, seja na internação psiquiátrica, seja, na internação penitenciária, seja no abandono nas ruas, etc.
A questão talvez seja mais sobre nós da “media” do que sobre os desviados com que nos deparamos. Porque insistimos em tentar submeter os diferentes ao nosso próprio juízo, nossa própria experiência de mundo?
Acho que uma questão decorrente disso tudo é questionar se essa é a única perspectiva de mundo possível? (e aqui não falo apenas de modelo civilizatório, mas de concepção de realidade e de indivíduo), se esta realidade fundada no conceito de indivíduo e de dissociação entre sujeito e objeto é a única possibilidade viável e em que aspectos este possibilidade pode ser considerada como a melhor
Em 27 de janeiro de 2013 10:57, <rubi@aos2.com.br> escreveu:
Caros Pensadores
Ricardo coloca questões que ficam à margem do que tratamos até aqui. De algum modo devemos contemplá-las, pois fazem parte da realidade. Ainda não sei como fazê-lo.
Em 27 de janeiro de 2013 02:52, dr.ricardomendes@ig.com.br escreveu:
Caro mestre Rubi Ao iniciar minha jornada na psiquiatria lembro que um colega na época residente me indicou um local para trabalhar chama-se Casa das Amendoeiras (RJ) .No primeiro dia ao chegar la me deparei com um cenário surreal difícil de acreditar, Tratava-se de um verdadeiro depósito de jovens e crianças de varias faixas etárias com quadros de deficiência mental em todos os níveis imagináveis e inimagináveis, meninas e meninos andando agachados como répteis uivando pois não falavam, o alimento era oferecido pois nem instinto da procura possuíam, muitos deles, a higiene era feita por enfermeiros, alguns alimentados por sonda, mas apenas pelo que chamamos na terminologia médica retardo mental profundo, nenhuma outra patologia clinica, corpos sem comando sem pensamentos elaborados, sem vontade, sem sonhos, vivendo pelo que e porque ? Confundindo a perfeição divina, sem ironia, uma comunidade de chipanzés teria muito mais autonomia e dependeria menos de cuidados. e nesse contexto a função do psiquiatra é a de um contedor químico através de medicamentos quando acessos de fúria aconteciam ou comportamentos inadequados .não consegui ficar mais de 2 meses nesse local ,não pela pouca importância do médico mas pelas questões pessoais de tristeza de ver um realidade impressionante, com seres humanos tão diferentes tão destruídos, tão desprovidos .Hoje, ao longo dos anos, percebo que por mais que tenha tido gratificações de doentes que estiveram na minha trajetória me tornei muito descrente com uma esperança frágil,com pouco otimismo em relação ao ser humano como um todo ,continuo buscando respostas mas o passos já não estão tão velozes e bem mais cansados
Em 26 de janeiro de 2013 12:27, dr.ricardomendes@ig.com.br escreveu:
Só que o processo de desenvolvimento é um condicionamento da memória genética que quando dispara se torna irreversível,falando de cânceres malignos os benignos são ensaios dessa desorganização e daí você tira os locais com as células cancerosas aumentando a sobrevida ,não judiando tanto do paciente, mas a memória cancerígena vai esperar uma nova oportunidade de desacerto do organismo ou seja baixa resistência enfim mecanismos mentais que certamente estão envolvidas na gênese do câncer e aí todos conhecemos o final da historia
Em 23 de janeiro de 2013 16:38, julio.capile@apis.com.br escreveu:
Ultrassom Israelense que Destrói Tumores Chega a SP
http://www.radarisrael.com/index.php/ultrassom-israelense-que-destroi-tumores-chega-a-sp/
Ultrassom israelense, que destrói células cancerígenas, é instalado em hospital de São Paulo. Único na América Latina, um avançado aparelho de ultrassom de alta frequência, que utiliza tecnologia israelense, foi instalado no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e disponível à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Ele destrói células cancerígenas sem a necessidade de cirurgia e anestesia.
A principal vantagem é que as áreas ao redor do tumor não são afetadas, já que a técnica é muito precisa só ataca onde é necessário. Ela também dispensa o uso de anestésicos e permite que os pacientes fiquem conscientes durante toda a operação.
Além disto, o procedimento não causa dor intensa.
Em 27 de janeiro de 2013 13:13, rounielo@hotmail.com escreveu:
Caro Dr. Ricardo,
Suas colocações são muito pertinentes e merecem reflexão em grupo, motivo do compartilhamento com outros pensadores e, razão pela qual buscarei dar um enfoque amplo às importantes questões que você trata, no intuito de, apenas, tentar compreender como os homens serão afetados, em escala planetária, pela prática de um egoísmo dialético, aparentemente, incorrigível, causa das situações humanas degradantes que você relata e que não são, de forma alguma, o pior que está por vir, para os pobres e, também, para os ricos e milionários.
Na página 67 do livro “Consciência e Kosmos” temos que “a densidade da energia do espaço vazio é tão grande que está além da imaginação. Um centímetro cúbico de espaço vazio contém 1.090 quilos de massa-energia, ou 1.037 vezes mais massa-energia que todo o universo observável”. Em outras palavras, um volume de espaço vazio não maior do que a ponta do seu dedo contém tanta energia quanto dez bilhões de bilhões de bilhões de bilhões de universos juntos.”.
Reduzindo o conceito acima para uma linguagem mais popular podemos afirmar que em 01 cm3 de espaço vazio existe 1.037 vezes mais energia do que toda a energia que foi utilizada pelo Ser Supremo para a criação dos infinitos universos observáveis, o que foi comprovado em laboratório pelo físico quântico Menas Kafatos e divulgado em seu livro “Consciência e Kosmos”, na página 67. Mas o que isso tem a ver com as graves crises sociais que você abordou abaixo e com as graves crise sociais e ambientais que vou relatar abaixo?
A natureza egoísta do ser humano criou a economia monetária e o lucro, sendo que o lucro só é possível se houver escassez de produtos e serviços. Por isso, os laboratórios, no mundo, por exemplo, pesquisam formas de manter as pessoas vivas, mas doentes, consumindo remédios caros que geram altos lucros. Não se pesquisa, na prática, para implementação, a benefício da humanidade, a cura definitiva das doenças.
Os grandes laboratórios engavetam as descobertas científicas de curas, definitivas, de inúmeras doenças, pois se as doenças deixarem de existir o mercado e o lucro dos grandes laboratórios desaparece. Percebeu? Essa lógica também vale para os cigarros e para quase todos os mercados empresariais. Os governos gastam muito mais tratando dos doentes fumantes relativamente aos impostos que são pagos pela indústria de cigarros.
Novas formas de energia, baratas, limpas, e até possíveis de serem fornecidas, em massa e de graça, nunca são colocadas em prática, para que os grandes conglomerados energéticos do mundo, como por exemplo, a indústria petrolífera, não percam lucro, enquanto, infelizmente, a queima de combustíveis fósseis degrada o meio ambiente e ameaça a sobrevivência da própria espécie humana no planeta terra. Veja mais abaixo o processo de desaparecimento das abelhas, no mundo.
Portanto, os homens são condicionados, na sua formação, a pensar em termos de escassez de produtos e serviços, pois só assim alguns poucos podem obter elevados lucros, mediante um grande reforço do ego e do egoísmo e da busca da satisfação dos desejos da carne, o que gera altos lucros para alguns poucos, no mundo, que habilmente utilizam a imprensa como instrumento de criação de mercado e de escravização dos homens em tornos dos seus próprios desejos pessoais, reforçando os sete pecados capitais.
Em uma sociedade que cresce a uma taxa de 0,2% ao ano e que dobra a cada 40 anos, não é preciso ser muito científico para deduzir, naturalmente, que o crescimento populacional vai bater de frente com o conceito de escassez existente na economia monetária e que se o homem não substituir o individualismo e a competitividade individualista por conceitos mais solidários e fraternos haverá uma grande desastre na humanidade, envolvendo pobres e ricos, sem exceção.
Em 23 de janeiro de 1013 11:22, <rosangelapdias@yahoo.com.br> escreveu:
Assunto: Cientistas descobrem um simples truque para enganar a depressão: boa postura
http://hypescience.com/cientistas-descobrem-um-simples-truque-para-enganar-a-depressao-boa-postura/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+feedburner%2Fxgpv+%28HypeScience%29
Um grande beijo a todos, com carinho
Em 16 de janeiro 2013 17:42, dr.ricardomendes@ig.com.br escreveu
Se a manifestação desse poder supremo no emaranhado complexo neuronal ainda hoje surpreendendo a neurociência, quando você verifica capacidades de superação até então inexplicáveis com o vídeo que me foi enviado, cai-se em espanto onde o previsível cientificamente falando fica sem explicações .Mas também não sei se o senhor percebeu são casos isolados que também vem a público para quem sabe nos dizer que não sabemos muito, como que propositalmente a inteligência suprema estivasse, constantemente, nos dando sutis recados
Em 5 de janeiro de 2013 03:16, , dr.ricardomendes@ig.com.br escreveu:
Os sintoma mais característico do autismo está na interação social como se não existisse um mundo a sua volta ou não conseguisse chegar até ele.Muitos autistas tem um grau de deficiência mental{raciocínio} chegando a graus severos mas nem todos alguns casos o comprometimento é mais brando e sempre no final cada caso é um caso mesmo com o mesmo diagnostico
Em 4 de janeiro de 2013 14:30, yasodara.cordova@gmail.com escreveu:
Oi Colegas filósofos!
Fiquei impressionada com a história dessa menina, que está mudando os parâmetros dos pesquisadores sobre o autismo.
A história dela me levou a pensar em quanta coisa ainda não conhecemos…
http://lounge.obviousmag.org/ponto_cego/2012/12/como-seria-estar-por-tras-dos-olhos-de-um-autista.html
http://youtu.be/XHC9KVfVGPI
Um abraço
Em 5 de janeiro de 2013 03:03, dr.ricardomendes@ig.com.br escreveu:
Caro Sr.Rubi
Os relatos encontram-se em textos de livros de psiquiatria e alguns de neurologia .tenho algumas crianças com retardo que usam psicotrópicos que a conclusâo foi tirada com anamnese com as mães. Estarei lendo os capitulos.Um abraço.
Em 4 de janeiro de 2013 18:24, <rubi@aos2.com.br> escreveu:
Mestre Ricardo
Penso que as tuas considerações são de interesse de todos os leitores do site e estive matutando sobre como fazer a sua inserção adequada. Até aqui desenvolvemos uma tese positiva, no sentido de viabilizar a perspectiva civilizatória mais promissora que o modelo do logos potencializa. Com isso nos ativemos à racionalidade (Teoria do Conhecimento) e deixamos de considerar os problemas inerentes à Neurociência. Examinando o conteúdo do site penso que as tuas considerações podem ser encaixadas tanto no Capítulo 2 que trata do paradigma civilizatório a partir dos trabalhos de Kuhn, como no capitulo 7 que procura encaminhar uma descrição do modelo civilizatório potencializado pelo logos, particularmente quando trata de formar seres humanos saudáveis em todos os sentidos. Você poderia examinar os dois capítulos e identificar um gancho para colocar as tuas observações. Isso tanto pode ser feito na forma de comentário ao capítulo como ensejar um trabalho mais elaborado tal como são os artigos correlatos. Seria interessante que você conhecesse suficientemente o modelo do logos de sorte que as tuas observações possam ser relacionadas com ele como restrições, como limite de aplicação, como cuidado na sua aplicação ou mesmo como contestação de sua validade. Quanto a tua informação de que boa parte dos casos de retardo são decorrentes de procedimentos equivocados no parto, existe alguma estatística oficial ou é fruto de tuas observações clinicas?
Em 27 de dezembro de 2012 16:18 dr.ricardomendes@ig.com.br escreveu:
Complementando e exemplificando. Uma ansiedade descontrolada faz que o individuo não raciocine perfeitamente, em um quadro depressivo severo o individuo passa a não ter interesse em quase nada e sua inteligência também não se manifesta. Um individuo que por ventura sofre algum trauma acaba vivendo em função das marcas e consequências desse trauma, um individuo acometido de outras doenças graves como psicose, embora preserve sua inteligência vive com um pé fora da realidade conhecida e daí dependendo de sequelas que a doença pode lhe deixar, a sua inteligência fica algo isolada de outras funções que se comprometem como o pensamento alterado, o juízo crítico afetado e assim por diante. Resulta assim que essa inteligência tenha mais dificuldade de manifestação ou seja, a inteligência depende de outras funções mentais para manifestar-se plenamente.
Em 27 de dezembro de 1012 15:44, dr.ricardomendes@ig.com.br escreveu
Quando você considera o normal ou patológico sabe-se que existe uma linha muito tênue que mantém essa distinção. Enfim o que seria considerar a inteligência? – o gênio que é capaz de criar uma bomba de destruição em massa, ninguém duvida de sua capacidade criativa e essa inteligência tão desenvolvida não tem utilidade nesse planeta ou ao contrário homens que doaram sua capacidade criativa para trazer proveitos em comum para toda a sociedade, – existem fatores que mutilam a inteligência nata do homem principalmente como ele nasce, hoje se sabe que a maior causa DE RETARDOS MENTAIS ACONTECEM EM ERROS OBSTETRICOS A MEU VER IMPERDOAVEIS QQUE DESTROEM A VIDA DO SER NO INICIO DE SUA EXISTENCIA. Outros fatores seriam uma gama de doenças catalogadas que afetam a inteligência do individuo exemplo a síndrome down comprovadamente de causa genética ligada a cromossomos sexuais ,enfim uma má nutrição na infância compromete a inteligência daquele que poderia quem sabe se tornar gênios. É sabido que as doenças mentais adquiridas não comprometem a inteligência e sim outros aspectos da mente humana que não deixariam ela se manifestar plenamente, tais como atenção, concentração, memória e assim por diante, diferentes daqueles que no nascimento ou infância já a perderam e nunca mais recuperam.
Em 27 de dezembro de 2012 12:50, <rubi@aos2.com.br> escreveu:
Caro Ricardo
Muito mas muito bom mesmo termos um psiquiatra no grupo. Estamos a meses namorando um neuro-cirurgião para que entre. Talvez no próximo ano. A menção que fiz sobre inteligência não esperava encontrar do outro lado um psiquiatra e nem levou em conta virtuais estados patológicos. Na verdade está faltando ao grupo competência técnica na área, dai a satisfação com sua chegada. O modelo referencial que estamos operando é muito básico, trata das condições existenciais dos fenômenos relativos e isso nos leva a ter ideias em campos tão diversos como astrofísica, mecânica quântica ou neurologia, mesmo não tendo formação nessas áreas. Isso é contingência do caráter fundamental do referencial e nos deixa preocupados nessas incursões, mas também não podemos deixar de fazê-las já que o referencial o enseja e precisa ser testado em todas elas. Até aqui estamos convencidos de que, em se tratando de cérebros normalmente constituídos (se é que tal coisa existe), seus portadores apresentam inteligência determinada pelo uso consciente que eles fazem das suas capacidades de pensar. Pensamos que todo homem “normal” é capaz de realizar todos os padrões de pensamento facultados à espécie e operar todas as lógicas envolvidas, mas que apenas o conhecimento, o domínio e a consciência do processo, inclusive em suas limitações e aplicações devidas, permite pensar de modo competente. É nesse sentido que um referencial (formal) que esclareça essas coisas faz diferença. Trata-se, em resumo, de método para pensar com competência, obviamente também na medida em que isso seja possível ao homem e na medida do seu empenho em desenvolver destreza no uso do referencial. Isso nos leva a a conclusões do tipo: a interpretação depende do referencial usado ou a qualidade da interpretação depende do poder heurístico do referencial usado. A principal contribuição do logos na sua área é oferecer uma explicação de como estados de excitação dispersos em uma miríade de neurônios no âmbito do cérebro, podem ser convertidos em um sentido ou significado no âmbito da consciência. Esse assunto, porém, Ricardo é de interesse dos leitores do site de sorte que vou postar essa resposta nele de modo que todos possam aproveitar as nossas considerações.