O fim de uma era

 

A Pós-Modernidade agoniza, e seus arautos, entre incrédulos e desorientados, revoltam-se com as escolhas da maioria. A primeira reação do ser humano é sempre intuitiva, tanto quando alguém perturba a sua zona de conforto quanto quando ele aventura-se no desconhecido, em busca do novo ou do inusitado. Antes do domínio suficiente de toda nova circunstância, o homem só pode valer-se da intuição. É com a intuição que penetra no desconhecido, mas não é com ela que logra dominá-lo. Embora útil e indispensável, a intuição resulta insuficiente para conduzir o homem, racionalmente, pelo mundo. Para tanto, impõe-se entender e mapear as circunstâncias, única forma de evitar erros e de lograr eficiência. Presentemente, a humanidade adentrou em zona desconhecida, e a abrangência com a qual a intuição manifesta-se, mundo afora, indica a escala do fenômeno que se enfrenta. Para entender realmente o que se passa, não adianta contemplar a aparência dos casos particulares, ao contrário, é necessário mergulhar nas estruturas lógicas imutáveis que a natureza usa para organizar a existência, pois apenas estas podem indicar, de modo seguro, o que está em curso. Esse mergulho exige fôlego metafísico e pode desanimar. Sentimos muito, mas, infelizmente, não conhecemos outro caminho.

A Pós-Modernidade superou a Modernidade e assumiu, hegemonicamente, o controle da cultura, porque a sua Lógica Dialética revelou-se, heuristicamente, superior à Lógica Clássica e sistêmica que fundamenta a Modernidade. Ofereceu-lhe crítica competente ao demonstrar os seus limites. O pensamento moderno acabou tendo de admitir que o trabalhador não era apenas mais uma peça da máquina e precisava ser tratado como membro da espécie. Com a superação das resistências do pensamento moderno, a Pós-Modernidade espraia-se a todos os cantos do planeta e, como não poderia deixar de ser, exagera na dose e começa a cometer os seus próprios pecados – aqueles pecados que são decorrência natural da sua lógica de base, que privilegia o processo histórico e os conflitos dos homens com as suas circunstâncias, conflitos esses que apenas cessam com a morte do indivíduo. Ao contemplar o percurso histórico, o pensamento pós-moderno suplanta o pensamento moderno, cujo olhar limita-se a contemplar a funcionalidade repetitiva e estável na matéria, amplia o discernimento e produz civilização superior. Na mesma medida, porém, esse foco na história amplifica a constante mudança do devir, provocada pelo tempo, e destaca a entropia como ponto de fuga da perspectiva, fazendo desaparecer toda a esperança de encontrar-se um porto seguro e estável: no final, a entropia, inevitável, aguarda todos os viventes e desorganiza tudo. Ao operar dessa forma e com esse foco, a Dialética incorpora, formalmente, o tempo e a História, no entendimento e na interpretação do mundo e das coisas, e liberta o homem moderno da sua fixação para com a funcionalidade sistêmica, que encanta a todos, em razão das máquinas e das tecnologias que potencializa. A Dialética mostrou que, para além do mundo material, evidenciado pela Lógica Clássica, existe um mundo histórico, no qual a vida humana desenvolve-se em ontogênese, que precisa ser bem-sucedida para valer a pena.

Dessa comparação entre Modernidade e Pós-Modernidade cumpre extrair que, em essência, essas duas fases históricas da humanidade caracterizam-se por modos distintos de ser, de viver e de pensar. Cada modo de pensar é patrocinado por uma lógica privativa, de sorte que os dois padrões civilizatórios testemunham períodos nos quais um ou outro modo de pensar predomina tanto na elite dirigente como na maioria da população. Daí o modo típico de ser em cada período e o nosso entendimento de que a cada modo de ser corresponde um modo de pensar, patrocinado por uma dada lógica. Ninguém poderá negar que o pensar sistêmico difere do pensar histórico, do mesmo modo como não se pode negar que pensar a diferença difere de pensar a identidade. Essas diferenças não são meramente diferenças hermenêuticas ou de enunciado, elas constituem, como já percebido por Platão, gêneros universais segundo os quais todo existente manifesta-se presente no mundo. São gêneros constitutivos da existência e, como tal, integram e organizam todos os fenômenos que se manifestam no mundo, sempre na forma de totalidades complexas feitas de partes. Organizar significa estabelecer nexos lógicos e ontológicos, articulando os elementos necessários à constituição de um fenômeno capaz de integrar a diversidade que compõe o nosso universo. Naturalmente, para integrar e ter assento estável no universo, o fenômeno precisa obedecer às leis que, nesse universo, regem a existência e possibilitam que o universo seja organizado. Isso significa que tais leis regulam toda a existência e constituem, necessariamente, leis lógicas e ontológicas, universais e imutáveis, de maneira que tudo o que acontece no mundo resulta por elas normatizado e nada pode acontecer à sua margem ou à sua revelia. Assim, exemplarmente, no caso do fenômeno humano, os cinco gêneros assumem compleições conhecidas. Cada indivíduo resulta ser precisamente determinado, possui um ser e, por isso, cabe-lhe uma identidade. Cada indivíduo tem potencialidades privativas que o diferenciam dos demais. Cada indivíduo tem um organismo privativo dotado de funcionalidades. Cada indivíduo cumpre percurso histórico no qual realiza a sua ontogênese. Finalmente, cada indivíduo tem uma consciência que o envolve e o delimita, na existência, como expressão máxima da sua complexidade organizativa. Objetivamente, os cinco gêneros que se somam na constituição do ser humano, em sua totalidade, podem ser indicados por: 1. ser, 2. alma/potencialidades, 3. corpo/materialidade, 4. história/ontogênese e 5. consciência/discernimento.

É possível especificar, em termos lógicos, geométricos e matemáticos, cada um desses cinco gêneros constitutivos do fenômeno humano e, também, demonstrar a sua universalidade como base ontológica edificante de tudo o que existe, inclusive do processo evolutivo da capacidade humana de pensar – domínio das lógicas – e de se organizar socialmente – modelo civilizatório. Quer parecer-nos, porém, que a discussão da Modernidade e da Pós-Modernidade acima encetada é suficiente para amparar, em primeira instância, a nossa percepção de que a era Moderna decorre da lógica 3 e da predominância do pensar sistêmico, o qual preside a funcionalidade da matéria, e a Pós-Modernidade decorre da lógica 4 e do pensar dialético, o qual vislumbra a História. Da mesma forma, e não por acaso, constata-se que a Antiguidade Imperial foi possibilitada pela predominância da lógica 1, que permite tanto intuir como perceber o surgir e o desaparecer dos fenômenos, na existência, e que invoca, naturalmente, as divindades transcendentes criadoras do mundo, tão presentes na cultura mitológica. Do mesmo modo, a Idade Média resulta da lógica 2 e do pensamento da diferença, o qual contrapõe bem e mal, corpo e alma, crente e herege e até expressa-se na divisão do poder político entre o cardeal e o príncipe. Evitando discutir as lógicas e os seus princípios operativos – em razão da aridez das questões–, pensamos que a descrição efetuada seja suficiente para sustentar o referencial interpretativo que estamos adotando para contemplar as circunstâncias que, presentemente, geram perplexidades, a saber: a tese de que os modos de ser e de viver que tipificam os grandes períodos civilizatórios decorrem de modos de pensar bem caracterizados, patrocinados por lógicas ou leis do pensamento, crescentemente complexas e esclarecedoras, que instrumentalizam a mente humana. Nesses termos, o processo civilizatório segue de par com a conquista, pela maioria dos humanos, das lógicas e dos modos de pensar facultados à espécie, tal como defendido pelo filósofo brasileiro Luiz Sérgio Coelho de Sampaio (1933-2002).

Analogicamente, a tese sobre os fundamentos lógicos do processo evolutivo, tanto da mente e dos modos de pensar como do padrão civilizatório, pode ser sintetizada na figura a seguir.

Essa concepção, cujo domínio completo certamente requer discussão mais detida, apresenta as seguintes propriedades: 1. situa o atual estágio civilizatório pós-moderno dentro do processo civilizatório geral; 2. caracteriza a Pós-Modernidade como fruto de um modo peculiar de pensar, patrocinado pela Lógica Dialética; 3. indica um futuro civilizatório ainda desconhecido, mas inescapável; 4. indica que modos distintos de ser e de viver decorrem de modos distintos de pensar, logicamente normatizados; e 5. identifica, como Lógica da Totalidade ou Holística, o padrão lógico dotado de foco mais amplo – do que o foco da Lógica Dialética –, em razão do que se insinua necessariamente mais esclarecedor do que ela e, assim, potencializa modo de pensar heuristicamente superior. É de evidência meridiana que a totalidade de um fenômeno resulta ser mais ampla do que a sua dimensão histórica, além disso a palavra todo contempla e indica o limite superior da amplitude existencial.

Esclarecida a base conceitual que nos fundamenta, retomemos às manifestações da intuição mais evidentes que identificamos, com as quais a humanidade tenta enfrentar o desconhecido que a todos perturba neste segundo decênio do século XXI. As duas manifestações intuitivas que, aqui, cabe destacar respondem pelos conflitos que ora presenciamos. De um lado, temos a maioria medianamente letrada da população, que, historicamente, evita meter-se em confusão, procura cumprir suas obrigações sociais, cultiva o bem-estar familiar, preserva suas tradições, cultiva sua espiritualidade e sua cultura ancestral e que, com o advento das redes sociais, tomou consciência pessoal de que não era apenas cada um, isoladamente, que se sentia incomodado e ameaçado por certas ideias e propostas esdrúxulas de organização social, insistentemente marteladas nos meios de comunicação que, progressivamente, tomavam conta da agenda política e do imaginário popular, prometendo um mundo socialista maravilhoso que, em parte alguma, logrou florescer. Ainda que essa camada majoritária da população tenha dificuldades para julgar teorias de estado e sistemas políticos e, no Brasil, tenha entregado, por quase duas décadas, o governo a partidos socialistas, com o tempo, pressentiu que, pelo rumo das coisas, esse caminho não podia dar certo. A reação intuitiva foi o refugo das ideias socialistas e as “guinadas para a direita” dos governos, na Polônia, na Itália, na Grécia, na Turquia, além do desprestígio da social democracia na Europa, do Brexit do Reino Unido e das eleições de Trump, nos Estados Unidos, e de Bolsonaro, no Brasil. O caso brasileiro afigura-se como a mais clara indicação de que se tratou de reação instintiva, e não racional, em razão de virtual magnífico plano de governo. Parte dos votos foi claramente anti-PT, indicando apenas o que a população não queria mais. A outra parte foi, conscientemente, em defesa de valores conservadores que, sistematicamente, vinham sendo arruinados. O que derrotou a esquerda socialista no Brasil foi um conjunto de medidas pontuais destinadas a demolir pilares conservadores que ofereciam resistência à implementação plena dos ideais socialistas – exemplarmente, a descaracterização da família, a legalização das drogas, a descriminalização do aborto, a institucionalização da corrupção, a glamorização do crime, a defesa dos bandidos e o descaso com as vítimas, a vitimização de minorias, o aparelhamento de instituições, a vulgarização da sexualidade, a sensualização precoce de crianças e até a defesa da permissão do incesto. A lista é interminável, e o silêncio dos conservadores fez os arautos das ideias socialistas acreditarem que poderiam ousar cada vez mais e dobrar a todos na implantação de suas teses. Ledo engano. A perspectiva conservadora entende civilização como processo de conquista de discernimento e de superação dos instintos animais que são estruturais e inescapáveis na espécie. Para a maioria das pessoas, civilização é processo de organização social cada vez mais favorável à realização plena das potencialidades humanas, com respeito às liberdades, aos dons e às preferências de cada um. O que o socialismo e a dialética apregoavam, em sentido oposto, promovia a desestruturação e a fragmentação do tecido social, em tentativa de nivelar tudo. Mesmo sem conhecer solução alternativa, restava claro que o caminho não era este, daí o voto em quem, corajosamente, denunciava tal situação.

De outro lado e contrapondo-se ao homem simples que preza pela sua tradição, encontram-se os arautos da Pós-Modernidade, os intelectuais que se esmeraram no domínio da dialética e que, convencidos da sua superioridade heurística sobre a lógica sistêmica, tentam viabilizar todas as suas potencialidades, posto entenderem tratar-se da forma superior de pensar da espécie. Enquanto o conservadorismo espraia-se por todas as camadas da população, os valores pós-modernos concentram-se em extratos sociais restritos, formalmente investidos da missão de informar a população, entre os quais destacam-se professores e profissionais de comunicação. Realmente, admitindo-se que o pensamento dialético constitua a expressão superior da inteligência humana, esse refugo geral das teses socialistas, com resgate do conservadorismo, configura retrocesso ao mundo moderno tão custosamente superado a partir de Marx. Daí a caracterização do movimento internacionalmente observado, como movimento ou “guinada política da esquerda para a direita”. Segundo o nosso esquema de referência, a Lógica Clássica enseja ideologias de direita, e a Lógica Dialética, ideologias de esquerda. Do ponto de vista dialético, essa guinada configura inadmissível retrocesso civilizatório que apenas pode ser fruto da ignorância. A reação faz-se planetária nos meios de comunicação e, virtualmente, universal no âmbito das academias. Universalidade essa, que, justamente, comprova tratar-se de reação instintiva e intuitiva, já que inexiste coordenação política internacional e a reação mostra-se claramente orquestrada. É preciso combater tais mudanças de rumo, particularmente nos Estados Unidos e no Brasil, bem como evitar que o resgate da produção e da renda média da população conquiste também os indecisos. Para tanto, cumpre aproveitar todas as oportunidades, desde reais ou fantasiosas questões climáticas até a promoção de pânico e a interrupção completa das atividades econômicas, por meio de pandemia, passando por incêndios e por devastações florestais, reais ou imaginárias, em nome da ecologia.

O vigor, a tenacidade e a universalidade com que o combate a Trump e a Bolsonaro dá-se, valendo-se sempre de argumentos dialéticos, evidenciam a perplexidade dos intelectuais diante dos fatos. Ademais, a orquestração planetária comprova tratar-se de reação intuitiva frente ao que não está sendo entendido. As lógicas regulam e normatizam os modos de pensar, mas não conseguem criticar-se. Cada uma delas apenas pode confirmar aquilo que lhes é dado perceber. A crítica precisa vir, necessariamente, de uma lógica superior, e o fato de a perspectiva dialética ter vislumbrado os limites da perspectiva sistêmica demonstra que seu foco é mais amplo. Agora, quando os limites do foco da dialética começam a ser denunciados, resta evidente que isso apenas pode ser feito a partir de uma lógica mais ampla, para a qual tais limites revelam-se. Os limites geométricos de certa amplitude apenas podem ser vistos de fora dessa amplitude. Logo, as críticas que a perspectiva dialética e as ideias socialistas estão recebendo não partem da Lógica Clássica e do pensamento sistêmico, que possuem âmbito e foco menores, partem de uma totalidade que se situa além da mera soma das partes e supera tanto o espaço como o tempo, âmbitos nos quais essas duas lógicas vigoram. Portanto, não se justifica pensar que as atuais críticas ao socialismo indiquem retrocesso civilizatório, ao contrário, intuitivamente, a humanidade está avançando e prevendo uma nova era, ainda desconhecida, que, conforme o nosso referencial indica, será pautada por uma Lógica Holística e um pensamento da totalidade. Naturalmente, compreender isso e rever o referencial que nos orientou em toda a nossa vida acadêmica não constituem desafio trivial e podem encontrar-se definitivamente fora do alcance de quem já sabe tudo e imagina já ter domínio pleno de todas as capacidades inferenciais que a natureza colocou à disposição da espécie. No entanto, a quem, modestamente, entenda que ainda pode aprender e aperfeiçoar o seu discernimento, oportuniza-se voltar aos estudos da Metafísica de Platão, das Lógicas de Sampaio e da Teoria Metafísica do Conhecimento, de sorte a habilitar-se para os novos tempos que despontam. A vida acadêmica também pode, como se vê, comportar lances dramáticos e desafios estonteantes.

O desafio que ora se coloca à Academia resulta intrasferível. Tratando-se a presente crise de embate planetário de intuições, a sua superação apenas pode ser alcançada pela devida racionalização das circunstâncias. Estando, de um lado, a população conservadora e, de outro, a intelectualidade acadêmica, compete, obviamente, à Academia enfrentar e resolver a questão. O que se revela necessário é uma razão mais abrangente, que contemple a totalidade e, assim, seja capaz de livrar as mentes de quaisquer ideologias das partes. O desafio de encontrar uma razão mais ampla já foi feito à Academia, pelo Papa Bento XVI, em 12 de setembro de 2006, na aula magna da Universidade de Regensburg, ocasião na qual o papa conclamou a intelectualidade da Baviera por um logos mais amplo capaz de harmonizar razão e fé. Na ocasião, a preleção foi interpretada como uma gafe papal, em razão de ter sido utilizada uma crítica ao Islã; no entanto, tanto G. Friedman, do Stratfor Geopolitical Intelligence Report, como nós mesmos, em análise da questão, percebemos que a explicação não era tão simples. A intelectualidade islâmica foi ouvir o papa, mas o recado era para a intelectualidade ocidental que, infelizmente, não se manifestou. Vale a pena rever esses documentos, tanto para a Academia perceber que essa cobrança não é nova como para entender virtuais motivações que estão por trás da renúncia do papa.

A título de encerramento, cumpre reconhecer expressamente que o arrazoado apresentado acima revela-se insuficiente como fundamentação do referencial adotado, em sua pretensão de estabelecer os alicerces lógicos e ontológicos, segundo os quais a natureza cria e desenvolve complexidade em nosso universo e oportuniza-nos dominar a racionalidade. Para avançar no entendimento, é preciso aplicação e estudo. O site que recepciona este trabalho coleciona resultados já alcançados no esforço de disponibilizar tal conhecimento. Como desafio e motivação, destacamos dois aspectos estruturais da concepção que falam de sua consistência. Primeiramente, o fato de a existência, em nosso universo, manifestar-se sempre em unidades complexas feitas de partes, isto é, na condição de totalidades limitadas, condição inescapável para a manifestação da diversidade fenomênica do universo. Não há, no mundo, fenômeno individualizado que corresponda ao conceito analítico de parte: faz-se a complexidade articulando inteligentemente totalidades bem constituídas. Em segundo lugar, invocando a figura geométrica da esfera, para ajudar o leitor a visualizar a totalidade, e invocando o fato de o todo resultar maior que a soma das partes, observamos que, apesar dos nossos desejos de paz e de convívio social harmônico, segundo a geometria, apenas na unidade do todo encontram-se o repouso e a harmonia das partes. Decifra-me ou te devoro, adverte, milenarmente, a esfinge.