Sobre miséria mental, desvios da “média conceitual”, descrença e precariedade humana

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    Quando o homem é marinheiro de primeira navegação (Platão – ver item 2.3 do artigo Metafísica com status científico), isto é, quando seu universo se restringe ao mundo percebido pelos sentidos orgânicos – o contínuo espaço-tempo de Einstein -, o que ele vê são fenômenos ou seres materiais em entrechoques e disputas dialéticas, cada um julgando segundo sua particular experiência de vida, em frenética disputa pela posse de bens também materiais. Quando seu olhar está hipnotizado no devir e na história, usa, obrigatoriamente, a lógica dialética e percebe, no desenrolar da história, um processo aleatório e imprevisível, sobre o qual não tem o mínimo controle e que lhe impõe, também aleatoriamente, seu quinhão de dores e alegrias. Nesse caso percebe sete bilhões de seres humanos disputando sobrevivência, cada um por si, cada cabeça uma sentença e se sente, natural e logicamente, impotente e descrente de que alguma ordem possa emergir desse caos. Nesse mundo o homem se arroga cientista, interfere na natureza como se ela fosse apenas matéria, e como não entende a inteligência organizativa subjacente, empesteia o planeta com produtos químicos, biológicos, frequências e sei lá mais o que, interferindo, sem dar-se conta, em equilíbrios delicados e sutis que a natureza demorou milênios para estabelecer e possibilitar com eles, a complexidade organizativa que instrumentaliza os seres dotados de discernimento e de vida subjetiva. Ainda que a natureza tenha também um quinhão de responsabilidade pela miséria da Casa das Amêndoas e que falhas possam ocorrer na realização biológica da inteligência organizativa natural, responsável pela compleição do cérebro e da mente, a natureza também lhe concede acesso a essa inteligência organizativa conforme demonstrado com o exemplo do Boeing 737 (Ver Notas sobre inteligência organizativa no menu Artigos Correlatos) e possibilita ao homem interferir no processo e evitar as anomalias, caso ele entenda que a vida e o ser humano sejam prioridade e faça os investimentos requeridos. Quando o homem se torna marinheiro de segunda navegação, o mundo muda completamente, e nos damos conta tanto do privilégio que a natureza nos concedeu ao prover-nos dessa compleição física e mental, como nos darmos conta da responsabilidade e das potencialidades correspondentes. A segunda navegação revela um homem de descendência divina, mas também revela um Deus que já falou e não vai se corrigir para apaziguar virtuais angústias humanas. Deu-lhes mentes, discernimento e livre arbítrio, apenas em termos, é verdade, mas lhes concedeu um horizonte virtualmente infinito de evolução, talvez acesso à inteligência organizativa acumulada pelo cosmo e o direito de escolher entre evoluir ou permanecer bárbaros. A segunda navegação nos mostra que temos em nós um Ser imbuído de um impulso inesgotável para a complexidade e capacidade para entender o funcionamento de um universo imenso povoado por milhões de galáxias. O que o homem quer mais? Que um ser superior, talvez um anjo, desça do céu e o conduza pela mão? Mas ai não estaria mais merecendo então, nem o discernimento nem o livre arbítrio.

    Procurar entender a vida, procurar compreender o mundo, fazer em fim Filosofia, não é apenas uma ação intelectual que se esgota no preparo intelectual, mas é também a mais pura e genuína terapia, capaz de gerar equilíbrio e serenidade pessoal, ou mais objetivamente: saúde mental. Ricardo nos ensina que o cérebro biológico – harware – precisa ser saudável e a segunda navegação nos alerta que isso não basta, quando temos um coração sensível que se compadece com o destino de parcela de nossos irmãos de espécie. Encetar a segunda navegação é primeiro, necessário, para que alcancemos o equilíbrio e a serenidade pessoal, que somente então, em segunda instância, nos habilita a enfrentar todas as dificuldades e mazelas que o homem criou ao afastar-se da natureza. Ariel intuiu bem ao localizar o problema na separação entre sujeito e objeto. O logos, que a segunda navegação revela, demonstra que o mundo é constituído de ser e de inteligência organizativa, demonstra que nós somos ser e inteligência organizativa, ambos eternos e evolutivos, e que todos os fenômenos do universo estão interconectados no nível quântico. Não há, portanto, salvação no plano da primeira navegação onde impera a separatividade e a fragmentação e nem cabe cobrar de quem ali navega, respeito ao outro e à diversidade. Somente a partir da segunda navegação, em face da unidade e da prevalência do ser é possível investir em inteligência organizativa e descobrir meios de amenizar as agruras das pessoas presas ao mundo dos sentidos orgânicos. A busca de solução, nessa perspectiva, é a tarefa que o grupo das Segundas Filosóficas, do qual vocês dedicadamente participam, propõe e se empenha. Não desconhecendo que existem hoje crianças no mundo morrendo de fome e nem desconhecendo que somos apenas aprendizes, mas por entender que caso canalizemos a nossa energia em questões pontuais a situação geral nunca será superada e novas crianças com fome serão reproduzidas. Precisamos cortar o mal pela raiz e, para tanto, precisamos antes localizar essa raiz e saber como fazer isso.

    #617
    Ricardo Mendes
    Participante

    Caro rubi,gostaria de te perguntar sobre essa necessidade de mudanças,o que realmente sai da teoria para a prática quando colocas sobre mudanças necessárias e imprecindíveis para a organização do planeta,cortar o mal pela raiz depois desse tempo todo parece com todo respeito engraçado,,localizar a raiz desse mal só quem se faz de cego não consegue ver, a nossa negligencia global com os os que estão ao nosso lado necessitados de todas formas e inimagináveis formas ,,interessante que conseguimos nos emocionar com tantas coisas ,ficções,musicas cenas românticas de todos os gêneros e não conseguimos nos preocupar com a miséria humana ..ao nosso lado da qual descreves e com tantas outras situações que deveríiamos ter vergonha de se sentir humano alias geralmente colocando o exemplo que te dei dos mamíferos ao lado dos seus em campo aberto também a espera de predadores..não espere a união da ciência e filosofia a arrogância e o ser soberbo ,característica de personalidades distorcidas ,veja não estou me referindo a capacidade intelectual ,alias nessa desorganização genica e familiar e também ambiental certos predicados foram lançados no ventilador e a bagunça cerebral está aí ,sempre esteve as vezes dá muito certo e a na maioria das vezes não …..,evidentemente essa inteligencia organizativa vai levar séculos ainda para depurar isso..vou te tocar um ponto real onde te mostro a união da ciencia e filosofia .bom quando era estudante e pesquisador depois abandonei, do Instituto de Biofísica da UFRJ conheci um pesquisador de origem israelita ,,bem ortodoxo por sinal ,,seu pai esteve muito doente e desenganado pela medicina tradicional,após gastos sucessivos e viagens ao exterior sem esperanças..procurou um local de operações espirituais e aí seu pai curou-se ..segundo informa e daí converteu-se ao espiritualismo..casos como esse são comuns …e sucessivamente comuns pela lei da sobrevivencia e também conveniencia perfeitamente valido a nós humanos e a ciencia se aproxima da filosofia de DEUS e de quem quer que seja….. enfim RUBI somos frágeis mas não gostamos de mostrar..A dicotomia bem e mal sempre foi bem definida mas também conveniente realmente sôbre isso perda de tempo…Os homens estão divididos em crenças e ideais ,qual será o grupo vitorioso no final das contas sem duvida temos que preservar a especie senão fica complicado, mesmo que tudo se converta em Sodoma. Crianças sempre morreram de fome de doenças tratáveis e nós as deixamos morrer ,só quando temos afeto por esses seres indefesos ,aí sofremos..a grande lei de homens que só se organizaram por interesses próprios nunca .coletivamente ….falando a lei do mais forte vai se impondo raças vão se extinguindo pobres morrem desnecessariamente,infelizes padecem ,fome ,miséria humana, dor nos hospitais,lares ,falta de alimento mas enfim temos que aceitar ..a vida é essa…. a seleção perversa da especie está aí abandonada enganada com falsas esperanças essa é a inteligencia a meu ver apenas desorganizativa ….mas no final das contas sempre tem uma explicação pra tudo..não é assim que funciona?…

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